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Estudo: Arquitetura e Implementação de Agentes de IA

1. O que é um Agente de IA e seus principais padrões de arquitetura

Um agente de IA é um sistema que percebe um ambiente, decide (planeja) e atua para atingir objetivos. No contexto de aplicações web, é um software que recebe entradas (URL, texto, prompt), usa modelos/algoritmos e ferramentas externas (buscas, DBs) e devolve ações/decisões (resposta, veredito, execução de tarefas).

1.1. Componentes essenciais:

  • Percepção / Input: Captura dados: texto do usuário, páginas web, feeds de notícias, APIs.
  • Módulo de Planejamento / Raciocínio: Decide os passos a seguir (ex.: “buscar fontes → comparar → sintetizar”). Geralmente implementado com um LLM (Large Language Model) + lógica de controle.
  • Uso de Ferramentas (Tooling): Ferramentas externas chamadas pelo agente: web crawler, base de fatos, classificadores, tradutores.
  • Memória:
    • Curto prazo: histórico da sessão, contexto atual.
    • Longo prazo: fatos verificados, perfis de usuário.
  • Execução / Ação (Output): Geração de relatórios, atualizações no banco de dados.

1.2. Principais padrões de arquitetura de agentes de IA

1.2.1. Planner–Executor (Planejador + Executor)

  • O que é: Um módulo “planejador” gera um plano de alto nível (lista de passos/subtarefas); o “executor” implementa cada passo chamando ferramentas e retornando resultados.
  • Vantagens: Facilita a decomposição de tarefas complexas e a paralelização de passos (ex.: paralelizar buscas em fontes).
  • Desvantagens: Requer um componente adicional para reconciliar resultados.

1.2.2. Multi-agent / Orquestração (subagentes especializados)

  • O que é: Vários agentes especializados (pesquisador, extrator, verificador, sintetizador) colaboram; pode haver um “orquestrador” que coordena.
  • Vantagens: Modularidade, independência de responsabilidades, fácil teste e substituição de componentes (ex.: trocar o extrator por outro melhor).
  • Desvantagens: Complexidade operacional e de comunicação entre agentes; necessidade de mecanismos de consenso/merge de evidências.

1.3. RAG (Retrieval-Augmented Generation)

RAG é uma arquitetura de IA que aprimora os LLMs ao permitir que eles acessem e utilizem informações de fontes de dados externas para gerar respostas mais precisas e contextualmente ricas. Em vez de depender apenas do seu conhecimento de treinamento, um sistema RAG primeiro recupera dados relevantes de bancos de dados, documentos e da web e depois os usa para melhorar a geração de texto, garantindo que as respostas sejam mais atualizadas.

2. Principais frameworks e bibliotecas para construir agentes

2.1. LangChain

É um framework que simplifica o desenvolvimento de aplicações baseadas em LLMs. Ele fornece "blocos de construção" prontos e ferramentas que permitem aos desenvolvedores conectar LLMs a fontes de dados, criar cadeias de processos e agentes de IA, possibilitando aplicações mais complexas e inteligentes como chatbots.

  • Propósito: Orquestração de LLMs, RAG, agentes (tool-calling) e integração com vector DBs.
  • Pontos fortes: Grande ecossistema, documentação, integração com provedores (OpenAI, Anthropic), suporte a agents e RAG; migração para LangGraph para execução mais sofisticada.

2.2. AutoGen (Microsoft)

AutoGen é uma estrutura de código aberto projetada para criar aplicativos de IA com vários agentes que podem operar de forma semiautônoma e totalmente autônoma.

  • Propósito: Framework para construir aplicações multi-agent e workflows event-driven com LLMs.
  • Pontos fortes: Pensado para cenários multi-agent, streaming e colaboração; suporte de pesquisa/produção da Microsoft.

2.3. LlamaIndex (GPT Index)

LlamaIndex é um framework de código aberto que conecta modelos de LLMs com os seus próprios dados, permitindo a criação de aplicações de IA generativa mais precisas e contextualizadas.

  • Propósito: Camada de ingestão e indexação de dados para agentes/assistentes (document parsing, RAG).
  • Pontos fortes: Facilita construir "knowledge bases" sobre documentos, integra com vector DBs e agentes. Útil para extrair evidências de fontes de dados baseadas em texto.

3. Intenção de um Web Crawler com um Agente de IA

3.1. O que é um Web Crawler

Um web crawler é um programa que navega automaticamente pela web, visitando links e coletando informações. É usado por motores de busca (Googlebot, Bingbot) para indexar páginas.

3.2. Interação do web crawler com o agente

  1. Agente (IA) recebe a intenção → “preciso verificar essa notícia”.
  2. Crawler é acionado para coletar conteúdo atualizado em sites confiáveis.
  3. O crawler retorna os dados para o agente.
  4. O agente interpreta o conteúdo (NLP, embeddings, classificação).
  5. O agente decide a resposta final e comunica ao usuário.

4. Proposta de aplicação de um agente no projeto

4.1. Objetivo da funcionalidade

Permitir que um usuário submeta uma URL/texto e receba um relatório de verificação com veredito (Verdadeiro / Falso / Impreciso / Não Verificado), evidências citadas, score de confiança e explicação.

4.2. Fluxo

  • Recebe input (URL/texto) na UI.
  • Classificação de intenção → “checagem factual”.
  • Planejamento (planner) → passos: retrieve-sources, extract-claims, verify-claim, synthesize-report.
  • Tooling:
    • Crawler: Busca a URL submetida + extrai texto; paralelamente aciona crawler para fontes confiáveis relacionadas ao tema.
    • RAG: Busca de artigos verificados e no banco de dados de notícias. Usar LlamaIndex para coletar, carregar e análise de dados.
    • Classificador/Comparador: Modelos que comparam claims extraídos vs. evidência.
    • Synthesis: LLM gera relatório explicável com citações diretas (trechos curtos), score e limitações.
  • Resposta: Retorna relatório ao usuário.

4.3. Interações do agente

  • Busca: Buscar artigos relacionados (crawler + search).
  • Extração: Extrair claims/entidades/datas do texto submetido.
  • Comparação: Para cada claim, recuperar evidências e checar correspondência (factualidade/tempo/contexto).
  • Sintetizar: Gerar laudo com: veredito, evidências (links + trechos de artigos) e índice de confiança.

5. Referências